Quem não visita esta zona desde a expo 98 vai ficar agradavelmente surpreendido! É desde 2011 que o Oceanário, um museu tão querido do público português, contou com uma extensão, mais um espaço dedicado aos Oceanos: o Edifício do Mar! O novo edifício projectado pelo Arquitecto Português Pedro Campos Costa e a sua equipa, está enquadrado no espaço público existente e com o edifício do Oceanário em perfeita harmonia.
Tratou-se de um concurso de Arquitectura com um grande desafio, o de se tratar da intervenção num espaço público dinâmico e consolidado e criar uma relação com um edifício cuja arquitectura é tão apreciada e com uma presença tão forte para os cidadãos. Era importante promover um diálogo entre os dois volumes, não ofuscando o principal! A intervenção deste arquitecto cujo trabalho vai querer seguir, foi encarar este desafio, quer em termos urbanos quer arquitectónicos de forma muito eficiente!
O edifício do mar ganhou em 2012 o prémio A. Prize onde este se destacou pela combinação estética com desepenho sustentavel, sendo que o edifício apresenta consumos baixos. Trata-se de um caso singular em que dois momentos arquitectónicos e um espaço urbano comunicam de forma estimulante, um Design vanguardista enquadrado com a envolvente.
Um dos pontos fortes do conceito foi fazer com que o novo volume não interferisse nas dinâmicas deste espaço público tão frequentado, procurando expandi-lo.
A nova arquitectura dialoga harmoniosamente com o Oceanário evitando grandes alterações no mesmo, e aparecendo como um volume que lhe é complementar. Como vemos na imagem o volume e a fachada do edifício do Mar fazem agora parte das linhas que definem esta praça urbana, cujo elemento de água é bem conhecido de todos nós, criando um encontro de texturas muito dinâmico e interessante. Desde o elemento de água, o padrão do pavimento, e a transparência vs opacidade da fachada, um edifício que comunica com o exterior e vice-versa.
Um aspecto que salta à vista é a fachada de escamas
materializadas por 800 peças de cerâmica em tons de branco, da autoria de Tony Cumell, responsável pelo restauro do Parque Guell.
É este o aspecto que confere o contraste transparência vs opacidade ao edifício, um elemento que salta à vista e que apesar de uma certa complexidade decorativa revela-se no seu todo e na relação com a envolvente bastante harmonioso e leve ao olhar.
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O Edifício alberga um restaurante, zona em que as peças de cerâmica apresentam apenas o contorno permitindo a transparência que vemos de fora e a entrada de luz para o restaurante.
O Restaurante Tejo tem pratos de comida tradicional portuguesa entre outras opções.
Os interiores do edifício têm uma linguagem moderna dominada por brancos e cores claras, é interessante a dinâmica de ângulos e luz criada pelas escadas e as paredes, também o corrimão é resolvido de forma harmoniosa, em branco, como uma peça fina que se destaca das próprias escadas.
Os edifícios estão ligados por áreas de circulação.
O edifício do Mar serve agora de entrada no Oceanário, em que os espaços de circulação representam 1/3 do seu volume, as escadas de pé direito triplo têm uma forte presença, este espaço recebe luz natural por meio de uma clarabóia e tem também luzes integradas nas paredes.
Interessante também é reparar na sinalética, colocada na parede de forma simples e eficiente. E ainda na decoração temática como a tartaruga em tons crus tal como o pavimento.
Existe ainda no edifício um espaço de exposições temporárias, um auditório com capacidade para 125 pessoas e ainda alguns serviços e uma estreita ponte de ligação ao Oceanário.
Nesta imagem podemos ver a relação do edifício com o espaço envolvente. O que fortalece esta relação é o facto de a área de implantação ser menor que a dos andares superiores, permitindo uma ligação fluida com a praça e com o Oceanário.
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