Todo arquiteto sonha em projetar e construir a sua própria casa. Esta é a chance ideal de materializar as suas ideias e os seus conceitos sobre arquitetura e ousar na concepção da estrutura, da forma e dos espaços sem a interferência de terceiros. Mas uma residência é sempre o abrigo de pessoas reais com necessidades reais e não apenas uma vitrine. É assim que o arquiteto Wandenkolk Tinoco encarou o desafio de projetar sua casa, simplesmente como um lugar habitável.
Hoje desembarcamos em Caruaru, Pernambuco, para apresentar um projeto residencial diferenciado, feito por um arquiteto para si mesmo. A casa prioriza o conforto térmico e os espaços externos, com destaque para o pátio interno, o coração da casa.
Curioso para desvendar todos os ângulos e todos os encantos desta residência surpreendente? Então confira a seguir mais imagens e mais detalhes desta casa feita para acolher os moradores e proporcionar bons encontros.
O arquiteto tem na jardinagem uma atividade relaxante e prazerosa. Portanto, um dos destaques do pátio interno é o jardim de distribuição espacial espontânea e estética orgânica, mas exuberante. O jardim é complementado a cada visita que o arquiteto faz ao viveiro.
A fachada norte foi protegida com um brise de madeira, permitindo que a sala de estar se abra para o exterior e controle a entrada de luz no ambiente. A casa do arquiteto, de acordo com suas próprias palavras, foi concebida desprovida de vaidade.
A parede sinuosa feita de tijolos de dois furos aparentes, que lembram cobogós, marca e conduz os visitantes à entrada principal. Além disto, a parede funciona como divisória entre o espaço público e o espaço privado do pátio interno, garantindo a fluidez da ventilação e protegendo a intimidade dos moradores.
Na área social, uma parede dupla e ventilada, que protege o poente, e o pé-direito duplo, que potencializa a ventilação natural, asseguram o conforto térmico necessário.
Além da integração com a cozinha, que é aberta, o living room se integra com o pátio interno através de uma generosa porta de correr de vidro. O projeto priorizou a criação de espaços para a convivência, para receber amigos sempre ao som de música ao vivo, para as crianças espalharem seus brinquedos e curtir os momentos de brincadeiras, para os banhos de mangueira nos dias de sol e para ler um bom livro ou apenas para cuidar ou contemplar o jardim. Portanto, era fundamental ocupar a menor área possível do terreno. Dos 375 m² do lote apenas 75 m² foram ocupados no nível térreo para a distribuição dos espaços sociais, living room, cozinha, lavabo e área de serviço.
O pátio interno, carinhosamente apelidado de “bebódromo”, é o protagonista do projeto. Todos os espaços estão organizados em torno do pátio, que funciona como área de lazer ao ar livre, embora uma parte esteja abrigada sob pilotis.
Na suíte máster o destaque é a parede pintada de verde, que dá personalidade ao ambiente, e a cama de plataforma larga e rebaixada, que realça a atmosfera minimalista e oriental do ambiente.
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No pavimento superior, sobre a laje da cozinha, foi implantada uma horta, onde são cultivadas verduras hortaliças e algumas ervam medicinais.
A forma da residência é inspirada no modernismo da escola de pernambucana. Mas a qualidade dos espaços de convivência e o conforto térmico foram as principais preocupações do projeto. Neste sentido, os textos do “Roteiro Para Construir No Nordeste”, de Armando de Holanda, contribuíram para a elaboração de diversas soluções construtivas como a orientação adequada, no qual os espaços voltados para o lado leste e sul se abrem para o espaço externo, tirando proveito da luz e da ventilação naturais e da integração com o pátio interno. Além disto, a casa é protegida por amplos beirais, que bloqueiam o sol evitando assim a transmissão do calor das superfícies para o interior.